terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

JORNAL PIONEIRO

23/02/2010 | N° 10669

LITERATURA

Oscar para ler

Livros homônimos a filmes estão disponíveis nas livrarias

Faltam menos de duas semanas para a grande premiação do Oscar, em 7 de março, mas ainda dá tempo para você ler pelo menos uma das histórias que estarão disputando as estatuetas em Hollywood. Ler? Sim, isso mesmo: dos 32 filmes indicados ao prêmio, pelo menos 10 foram adaptados de livros ou ganharam versões escritas depois de estrearem nas telas isso sem falar em Sherlock Holmes, pois apesar de a versão de Guy Ritchie não se basear em um único livro, há dezenas de histórias com o personagem nas prateleiras.

Um dos mais procurados, segundo o livreiro Germano Weirich, da Do Arco da Velha Livraria e Café, tem sido Julie & Julia, agora ilustrado por imagens das atrizes Amy Adams e Meryl Streep, que interpretam a autora Julie Powell e sua inspiradora, a apresentadora de programas de culinária Julia Child. O livro de memórias de Julia, Minha Vida na França (citado no filme e cuja capa igualmente traz cenas da versão para as telas) também tem tido boas vendas.

Nas livrarias, também é possível encontrar a comédia Amor sem Escalas, livro de Walter Kirn publicado pela primeira vez em 1962 mas que só foi lançado no Brasil em janeiro deste ano. A imagem da capa é a mesma dos cartazes nos cinemas, o que facilita a identificação com o filme. Outra opção para os leitores-cinéfilos é o drama Preciosa, da americana Sapphire, primeiro lugar nas listas de mais vendidos dos Estados Unidos e traduzido para 11 idiomas antes mesmo de chegar às telas.

O livro Conquistando o Inimigo, por sua vez, foi a base para o filme Invictus, estrelado por Morgan Freeman (o Nelson Mandela nas telas), que pode levar o Oscar de melhor ator, e por Matt Damon, que concorre a melhor ator coadjuvante.

Já o filme Um Sonho Possível foi baseado no livro The Blind Side: Evolution of a Game, que ainda não tem sua versão em português. Para quem lê em inglês, vale conferir no papel a história real de um jovem sem-teto negro ajudado por uma família branca, cuja versão cinematográfica ganhou a indicação de melhor filme, além de ter Sandra Bullock indicada a melhor atriz.

Enquanto nos casos anteriores o livro surgiu primeiro, com Bastardos Inglórios o caminho foi o contrário: o roteiro de Quentin Tarantino, que teve oito indicações ao Oscar, foi publicado posteriormente como Bastardos Inglórios – O Roteiro Original do Filme.

O casamento literatura-cinema não é algo novo, nem o sucesso que obras muitas vezes antigas acabam tendo entre os leitores após o lançamento nas telas. No ano passado, lembra Weirich, o livro O Leitor, de Bernhard Schlink, teve imensa procura após o lançamento do filme estrelado por Kate Winslet. Mas, salienta o livreiro, não adianta apenas a capa remeter ao filme, o livro precisa ser bem escrito:

– No caso de O Leitor, antes do filme ninguém o conhecia, mas o livro só teve saída porque era muito bom. Uma pessoa lê porque viu o filme, vê que é bom, e indica.

Que o filme chama a atenção para o livro, no entanto, não se discute. É o caso de Alice, que só chegará às salas de cinema em um mês, mas já vem impulsionando as vendas do clássico Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carrol. Inclusive estão sendo lançadas novas edições, desde uma versão reduzida, a R$ 19,90, até outra de luxo, a R$ 90.

maristela.deves@pioneiro.com

MARISTELA SCHEUER DEVES


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